Sobrecarregada, essa é a autodefinição da maioria das mulheres. Cansaço constante, ansiedade e autoquestionamento são as queixas que aumentaram significativamente no consultório, nesse período que estamos vivendo. Mas essas queixas sempre estiveram por aqui. A mulher é sim mais sobrecarregada que o homem e essa é uma questão cultural. A regra da exigência vem desde a criação da menina e a continuidade disso na vida adulta traz consequências emocionais e físicas, previsíveis e imprevisíveis. Isso ocorre pois, ao assumirmos os vários papéis na vida adulta e querer desempenhá-los com máxima eficiência, produzimos nas pessoas a forte ilusão de que não podemos errar, falhar, pedir ajuda, e que devemos mesmo continuar dando conta de tudo, com perfeição..

“Ah, mas meu marido não colabora com a casa e nem com as crianças.” “Se eu não fizer, ninguém mais faz”. Eu te pergunto, será? Será mesmo? É exatamente esse pensamento que te leva à exaustão. Ele não colabora ou ele não atua com a mesma exigência de perfeição que você? Orientar a vida com base nesses princípios é torturante. O sentimento de culpa é constante pois a sensação de incapacidade, impotência, incompetência e frustração por não estar dando conta, são reforçados continuamente. Não tem como dar conta de tudo, é humanamente impossível. O intenso empenho para sempre ser boa o suficiente, te impede de conseguir o equilíbrio e a qualidade de vida. A boa notícia é que existe saída para esse looping. É necessário fazer um ajuste interno, a respeito desses princípios que estão ultrapassados, adequando-os a realidade. Existe alívio e libertação dessa autocobrança. Se você mudar essa regra, o mundo para de te exigir!